quarta-feira, 14 de setembro de 2011

LIMBO 2ª PARTE

LIMBO
2ª PARTE
Cada músculo em seu corpo doía. A carga do esforço foi superior ao impossível. Mas, agora, fora do ambiente claustrofóbico do clube, visão turva, respiração rápida como as batidas de seu coração e incapaz de se mover um milímetro, o ambiente era menos opressivo. O ar com um odor semelhante à fumaça, lembranças de uma cidade que a pouco estivera em chamas, dificultava sua recuperação. Tossiu. Aquele odor castigava seus pulmões.
Tentou em vão simular um sorriso, os músculos da face não tinham vigor. Por fim, não resistiu. O corpo tombou sobre o chão, asfalto quente, como se por debaixo queimasse o inferno. Apesar de seu corpo reclamar, era o único conforto que poderia ter.
Ficou parado a espera de auxilio, o qual não chegou. Preferiu mais uma vez abrir os olhos, lentamente, com a pouca força restituída, separando suas pálpebras. A visão do mundo chegava como agulhas transpassando seus olhos. O coração batia descompassado no peito, sua respiração não saciava a fome por ar.
Tremulou, não por fraqueza, mas por terror: estava diante de um enorme muro cinza (como tudo a sua volta) pichado com a frase: “DECIFRA-ME OU TE DEVORO”. A cruel realidade tornava seu pesadelo ainda mais aterrorizador. Ao lado, um enorme relógio elevava-se, inquisidor, os ponteiros estáticos marcando 12:25.
Não compreendia este novo mundo, cinza. Apertou com força seu peito, seu coração prestes a explodir. Olhou em todas as direções, mas o mundo continuava cinza. Haviam tirado dele toda a cor.
(CONTINUA)

2 comentários:

  1. E mais uma vez o "(CONTINUA)"...
    Parabéns pela parte dois!!! Estou esperando o restante :)

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  2. Aí amor, que ansiedade... tive que ler o primeiro de novo pra continuar na sequência. Como sempre, adorei!! Maior orgulho desse meu príncipe lindo! Te amo.

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