domingo, 30 de setembro de 2012

Para quem tocam
Os sinos, a distancia,
lúgubre música?
É o canto da coruja
Anunciado o fim.
Defunto sem choro,
Rimas frias,
Cheias de dor,
Eis a sua mortalha.
Quem respondeu
ao seu chamado?
Almas, que nada vida,
Padeceram como você.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

IMPUTRESCÍVEL
 
 
Sinta o gosto amargo
Dos meus verso
Em sua boca
Ao tentar me recitar.
 
Nauseante sabor,
Assim é a realidade
Quando rimas de um poeta.
 
Sob caustica verdade,
Tento curtir as palavras,
Que diante da calúnia
Não padecem, nem apodrecem.
 
Mente vazia peverte
Da palavra seu signo,
Fútil remanescente
Um infecundo saber.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

ALMA (DO POETA)
 
 
Eis que finalmente
Cansada de brilhar,
A lamparina sobre
Seu derradeiro leito
Se apaga e leva
Consigo toda esperança
Que nela depositou.
Não se opõe,
Nem oferece resistência.
Tinha a alma agora
Preenchida pela escuridão
Que ela deixou,
Lembrança dolorosa
De que um dia existiu
Fé em seu coração.
Do que você tem medo,
Se não do verme
Quer devora suas entranhas.
As do poeta são seus versos
E seus vermes, a estupidez humana.
 
Pestilento humor que flui
E tinge seus versos,
Eis a vil herança deixada
Encravada em seu genoma,
Desde sua gênese,
Deformando e moldando seu caráter.
 
Pobre poeta, que ao fim
De sua jornada,
Em seu universo de criação,
Não lhe rendam adoração.
Talvez seus versos rejeitem
O que seus pares não querem.

domingo, 23 de setembro de 2012

Brilhou refletindo cada raio de esperança
Sorriu como não deveria
Amou, muitos dizem em vão
 
Acreditar em todas as verdades
deixou em seu coração grande vergão
e se vão foi Amar, o que lhe sobraria?
 
O ponteiro do relógio sempre atrasado
não há como correr contra tudo que se deixou passar
Quando nos impõem tantas verdades, e nos afastam cada vez mais do que somos, um longo verso,uma longa estrofe sem fim.

sábado, 22 de setembro de 2012

2ª FRASE DO DIA (Pensando em meu Amor): "A inteligencia é a beleza que poucas mulheres tem e a única que dura mesmo depois de mortas."
Não uso estas palavras,
a não ser quando elas
tragam a ti algum prazer morbido.
se não gosta de meus poemas
nem tudo é perfeito!
eu não gosto das mangas!
mas eu não diria: "perfeito!"
Perfeição é algo pessoal
E se limita
ao alcance dos nossos egos.


FRASE DO DIA (dita e pensada por mim):
Um louco é simplismente um indivídio sem poder de convencimento.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Qual o melhor tempero
para um poeta
se não a dor e o sofrimento
que sufocam seus sentimentos
e fermentam suas idéias?

Conservado no vicio
enebriante do álcool
e na dependência de atenção

Vomitar palavras
Ressaca de idéias
és o mal de ser poeta
acreditar que todos
tem que aturar
o que ele depois
não tem coragem de limpar

É dificil acordar deste sonho.
Com a boca suja
de palavras vômitadas
e o cabeça cheia de merda.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Se minha vida
se limitasse as lagrimas
que derramei
Minhas lembranças seriam
apenas nuvens em dias
de inverno chuvoso

Seu sorriso esquecido
em lembranças passadas
de um dia de Sol!

Talvez a cor do céu
um dia voltasse
em todos os tons de Azul.
E em rios calmos
as lagrimas que derramei
seguriam viagem
rumo a dentro do continente
de minha alma

Esquecido de tudo
que passei
de tudo o que sofri
voltaria a ti
oh Sol! oh belo Amor
e em ti voltaria a sentir
o calor de viver!

PARADIGMA (continução)

(...)

- Como está o jantar?
- Excelente.
Tim-tim.
Um sorriso. Seu olhar encontrou com o de sua esposa.
- O que foi querido?

(...)

- Antes você tinha certeza que era um sonho, mas agora...
- Ela olhava pra mim, sua voz distante, mas a sua raíva estava ali, eu sentia e era toda direcionada para mim.
Seus olhos me fuliminavam!
- O que você fez a sua esposa?

(...)

- Neste tempo todo em que estamos juntos, aconteceu algo, alguma vez ti dei motivo para me odiar? Para que você tivesse estrema raíva de mim?
- Querido, de onde você tirou este pensamento louco? vivemos tão bem! Somos tão felizes juntos! e temos uma filha tão adorável.
- É verdade. Mas nunca houve nada?

(...)

- Nada!
- Tem certeza?
- Sim!

(...)

- Beba um pouco. Não vou odia-lo porque esqueceu uma vez a data de nosso aniversário. Um sorriso sincero surgiu em seu rosto.
- Obrigado querida.

(...)

- Mas tem certeza de que não era um sonho?
- As coisas não parecem ser o que são.
- Você me deixa as vezes confuso. A quanto tempo eu te acompanho? A quanto tempo estamos aqui, você como paciente e eu como psicanalista?

(...)

- 10 anos. Pra muitos uma eternidade. Mas para mim, um pedacinho do que ainda está por vir. Acho que não deveriamos parar apenas nela, acho que ela merece um irmãozinho.
- Podemos tentar.
- Hoje seria uma noite maravilhosa. Segundo meus cálculos hoje é meu dia de ovulação.

(...)

-
- Mas tem certeza de que não era um sonho?
- A sensação de estar sendo constantemente vigiado. Memso quando a escuridão voltava. É tudo tão real!
- Não seria exagero?

(...)

- Não. Não acho que seja exagero. Um pouco de silicone nestes seios, tornariam eles muito mais atraentes.
Ele sorriou enquanto tocava e beijava seus seios.
- Eu gosto deles como são.

(...)

- "Eu não gosto dele..." Ela foi bem clara. Não era um sonho. Ela nunca foi tão real. E as palavras, nunca foram tão sinceras: "Eu não gosto dele!"

(...)

terça-feira, 18 de setembro de 2012

PARADGMA

- Como tem certeza de que foi novamente um sonho?
- Simplismente tenho esta certeza.
- Mas o que ti dá esta certeza? Tudo escuro, você não vê nada. O silêncio é absoluto, você não escutada nada. Seu corpo não transmite nenhuma sensação tatil, mas mesmo assim você insiste que este enorme vazio que preenche sua mente pode ser chamado de sonho?
- Sim. Sinto a angustia de ser um recipiente aonde meus pensamentos estão confinados. Não consigo interagir com o ambiente e muito menos o ambiente consegue interagir comigo.
- E mesmo assim, insiste em chamar este estado de sonho? Eu chamaria de pesadelo.
- Como queira.

(...)

Os carros eram cada vez mais númerosos. A quantidade de homens e mulheres também. Talvez isto justificasse esta monotonia de aparências. Todos, sem excessão, poderiam ser enquadrados em um grupos. E estes grupos, ao contrário da infinidade de pessoas que se multiplicam como uma bactéria em um corpo em putrefação, poderiam ser contados com os dedos das mãos.
Ficou parado esquecido do sinal de trânsito a sua frente. Observava cada um que passava, e ao identificar a que grupo pertencia, era como conhece a vida de cada indivíduo.
Suspirou, pois sabia que sua vida talvez fosse assim. A que grupo pertencia mesmo? ah, sim, ele era um pobre trabalhador, pai de familia, que acordava todos os dias cedo e voltava ao fim do dia para casa, sua esposa o esperava e sua pequena filha estaria distraida vendo alguma bestera na televisão.

(...)

- Como tem certeza de que foi novamente um sonho?
- Simplismente tenho esta certeza, desta vez, maior do que as anteriores.
- Explique.
- Um ruído, uma estática, algo parecido. Eu consegui ouvir, distante mas escutei. Era como uma estática e parecia que interajiamos, quanto mais angustiado eu ficava, mais intensa e freqüente ela ficava.

(...)

- Ola querida! como foi o dia?

(...)

- Como tem certeza de que foi novamente um sonho?
- Ela estava lá.
- Quem?
- Minha mulher.

(...)

- Sabe que ti amo. Não precisar fazer biquinho porque esqueci nosso aniversário de casamento.
Os olhos dela reluziram, uma oportunidade de conseguir o que bem desejasse.
- Ok, tudo bem. Já entendi. Sei como me redemir. Por que não coloca nossa filha para dormir e saimos para jantar naquele restaurante que você tanto gosta.
- Eu também ti amo. E pode desligar o telefone, a baba dela está fazendo hora extra, não precisa falar com seus pais para virem cuidar dela.

(...)

- Como tem certeza de que foi novamente um sonho?
- Não tenho mais certeza de que era só um sonho.
- Não entendi.
- As lagrimas, o sofrimento e principalmente a raíva, eram tão reais.

(...)