ALMA (DO POETA)
Eis que finalmente
Cansada de brilhar,
A lamparina sobre
Seu derradeiro leito
Se apaga e leva
Consigo toda esperança
Que nela depositou.
Não se opõe,
Nem oferece resistência.
Tinha a alma agora
Preenchida pela escuridão
Que ela deixou,
Lembrança dolorosa
De que um dia existiu
Fé em seu coração.
Vejo os pombos no asfalto
ResponderExcluirEles sabem voar alto
Mais insistem em catar as migalhas do chão
Sei rir mostrando os dentes
E a língua afiada
Mais cortante que um velho blues
Mas hoje eu só quero chorar
Como um poeta do passado
E fumar o meu cigarro
Na falta de absinto
Eu sinto tanto eu sinto muito eu nada sinto
Como dizia Madalena
Replicando os fariseus
Quem dá aos pobres empresta
A deus
Zeca Baleiro- Blues do Elevador! ^^
(eu não tinha sentido nada, mas agora senti)