quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Um ponteiro quebrado,
Que ao peso do tempo
Envergou.

Na agenda nomes riscados,
A quem a memória
Tratou de apagar.

No peito vazio,
Um nome que
No verso da foto rasgada
Pensei um dia guardar.

terça-feira, 4 de junho de 2019

Quantos cães
Vindos da sarjeta
Rondam o que
Chamei de casa?

Que ímpeto, o tempo,
Como inquisidor,
Baterá à minha porta,
para descobri-la vazia?

E as moscas,
Sobre a sopa fria,
O que dirão?

Lágrimas, para quem,
Se pelas nuvens,
O meu jardim secou?

Se um dia estive aqui,
apenas irão lembrar
silêncio e esquecimento.