segunda-feira, 1 de outubro de 2012

BALBÚRDIAS (ou DELÍRIOS DE UM SONHO)

Me curvo perante
as intemperies da vida
até quase sentir
o frio solo
que meus pés
descalços percorreram
desgastados por tão
longa viagem
e não só eles
mas meu corpo fatigado
se consome em
constante desespero
em saber que como
uma gangrena
me consomem
as idéias, muitas delas
um eco distante
de vozes do meu passado
talvez não tão distante,
traumas que se repetem
em cada placa
de aviso,
nesta estrada
que escolhi seguir,
traiçoeira
em cada curva,
pondo em risco
a minha vida,
que talvez
nem faça tanta falta assim
a ponto de ser capa de jornal,
nem lembrança em um obituário.
Antes que anoiteça
é preciso estar pronto
com os olhos
acostumados
para que possa ti ver
ao longe,
dois pontos vermelhos
e quem sabe,
se restar lembraças do dia,
ainda possa me ver,
e perceber
como sua partida,
rumo oposto ao meu,
me deixou desnorteado
perdido com rumo nenhum.

Nenhum comentário:

Postar um comentário